Olá pessoal!
Já
não estava mais aguentando médicos e enfermeiros vindo me examinar, porém era
necessário.
Porque para eu poder melhorar eu tinha que fazer mais
cirurgias, então teria que ter paciência. Comecei a fazer os exames, o primeiro
foi uma ressonância do quadril. Com o resultado ele me disse que ia retirar o
fixador do quadril e o do fêmur, e se a fratura não estivesse consolidada eu
iria continuar com os fixadores do fêmur. Como eu perdi muito sangue, para
fazer as cirurgias iniciais tive que receber transfusão.
Umas semanas depois fiz a minha terceira cirurgia, o
médico retirou o fixador do quadril e colocou duas placas de titânio. No fêmur
ele realmente tirou os fixadores, mas o fêmur ainda não estava consolidado,
então ele teve que recolocar novos fixadores. No outro dia após a cirurgia, o
médico foi me visitar e disse que eu já poderia subir um pouquinho a cama para
ir me acostumando a sentar novamente.
Foi uma sensação tão boa quando ele disse isso, senti
como se já estivesse progredindo na minha recuperação. Mas como eu fiquei muito
tempo deitada eu não aguentei ficar sentada, minhas costas e minha bunda doíam
muito, então deitei novamente.
Dias depois recebi a visita de outro médico, ele veio
retirar a sonda que eu tinha no pulmão, imediatamente me lembrei da dor que foi
para colocá-la e perguntei se doía para retirar. Ele me disse que não doía,
realmente não doeu, graças a Deus, foi tudo muito rápido. Depois fiz uma nova
cirurgia, a quarta, tinha que trocar os fixadores do fêmur e da tíbia ou retirar
de vez, não foi como eu queria, eu queria retirar aqueles fixadores e
infelizmente isso não aconteceu.
Antes de realizá-la tive que fazer outra transfusão de
sangue, não recebi nem uma bolsa de sangue completa porque fiquei febril e
tiveram que interromper a transfusão, porém, mesmo assim, foi feita a cirurgia.
Mais dias se passaram e recebi a visita de outro médico, dessa vez foi para
trocar a cistostomia - a sonda que vai direto na bexiga - e a bolsa coletora da
sonda vesical. O procedimento da cistostomia era o seguinte: Retirar a
mangueira e colocar uma nova.
Era somente isso, pena que um procedimento tão simples,
resultou em uma nova cirurgia. Quando tive o acidente, tive lesões na bexiga e
ela ficou muito inchada e fora do lugar, mas com o tempo ela foi voltando e
esse médico achou que sabia de tudo, não ouviu a minha mãe, minha mãe disse a
ele toda a história e perguntou se era melhor fazer um ultrassom antes de tirar
a cistostomia. Ele disse que não, que era só retirar e colocar outra no mesmo lugar.
Aceitamos para não discutimos, afinal, ele era o médico. O procedimento
aconteceu do jeito que falou.
No outro dia eu estava me sentindo um pouco mal, não
comia direito e o que eu comia ou bebia vomitava na mesma hora. Os dias foram
passando e eu estava piorando. Sentia fortes dores no abdômen. Foi quando viram
que eu estava piorando e me levaram para fazer um ultrassom. O médico que fez o
exame disse que eu estava com líquido no abdômen. Na mesma hora pensei:
— É
xixi! E agora?
Eu não quis entrar em desespero. Fiquei assustada,
lógico, mas o médico-chefe me disse que ia ficar tudo bem e que eu ia fazer uma
cirurgia de emergência naquela mesma noite. Esperei algumas horas para
prepararem a sala e então fui fazer a minha quinta cirurgia.
Ocorreu tudo bem. Fui melhorando aos poucos e não
sentia mais dores no abdômen. Como disse anteriormente, o quarto em que eu
estava era todo fechado, não tinha janela, só sabia quando era dia ou noite por
causa das horas e eu reclamava. Era muito ruim. Em um dia, um quarto ficou
vago, no mesmo corredor que o meu, só que tinha varanda, então vieram me
perguntar se eu queria me transferir para lá, eu nem demorei para responder,
aceitei de imediato. No quarto novo, eu comecei a ter mais disposição, acordava
cedo, só dormia de uma vez, à noite - no outro quarto eu só queria dormir o
tempo todo - e comecei a fazer melhor a fisioterapia.
Era bom apesar de tudo.
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