Em
casa eu estava muito bem, ficava perto da minha família e recebia muitas
visitas.
As únicas coisas ruins eram: continuar na cama, ficar
na mesma posição e sentir dores horríveis da ponta do pé até o fêmur por causa
do Ilizarov.
Nossa... eram horríveis essas dores, ocorriam mais a
noite e eu chorava bastante.
Como vocês sabem, eu havia relatado que voltei para
casa com uma cistostomia (a sonda que vai direto para a bexiga), antes de sair
do hospital o médico trocou a mangueirinha, porque é necessário para não causar
infecção. Então, essa cistostomia me deu um probleminha. Começou a aparecer
umas coisinhas brancas na mangueira que estava interrompendo a saída da urina.
Isso aconteceu em dezembro, dias depois de eu ter saído do hospital. Eu
conseguia urinar normal, mas fora da mangueira, e estava acontecendo o pior que
poderia acontecer comigo na situação que eu estava: Febre.
Minha mãe resolveu me levar para o hospital da cidade
que eu moro - o mesmo que me levaram quando sofri o acidente -, para retirar a
cistostomia de vez. Fui para o hospital, a enfermeira tentou retirar e não
conseguiu, estava presa e doía para caramba. Depois de passar mais ou menos uma
hora tentando tirar a sonda, a enfermeira disse que só poderia tirar no bloco
cirúrgico, eu pensei: “De novo não, não quero ficar internada, mal tinha
saído do hospital.”
Entrei em desespero, não queria ficar internada de
novo.
Fizeram um ultrassom para ver por que a sonda não saía
e estava tudo normal. Resolveram me internar, passei o dia todo na emergência
do hospital, deitada numa maca, esperando arrumarem um quarto e só fui enviada
para o quarto a noite. Horrível essa espera, parecia até que eu estava num
hospital público. Quando já estava no quarto, me colocaram um cateter na veia
para receber soro e antibióticos para não ter infecção por conta da sonda. Se
eu tivesse ficado mais tempo com ela eu teria tido, mas graças a Deus não tive,
somente febre.
No outro dia a tarde, um médico foi ao meu quarto e
disse que estava lá para retirar a sonda, então eu perguntei se ia tirar no
bloco cirúrgico e ele disse que não, que iria tirar naquela mesma hora. Pronto!
Desespero parte dois. Só de pensar na dor que senti no dia anterior para tentar
removê-la já comecei a chorar, mas por incrível que pareça só doeu um pouquinho.
Ele colocou uma pinça e com uma tesoura puxou rapidinho e disse que eu podia ir
para casa. Glória! Mas só fui à noite porque tinha que acabar de receber os
antibióticos.
Depois desse sufoco todo, o médico chegar e tirar à
sonda rapidinho, eu pensei: “Eu não acredito que fiquei internada.”
Em Janeiro/2010 voltei para a capital para a minha
primeira consulta com Dr. Daniel, depois que já estava em casa. Ele queria ver
como estavam as fraturas e eu reclamei das dores. Ele passou um remédio mais
forte e pediu para eu ir tirar raios-X. Na entrega dos raios-X ele me disse que
eu iria ficar com os fixadores por um tempo ainda porque as fraturas não
estavam consolidadas.
Então, ele disse que eu tinha que andar para as
fraturas consolidarem e tive que retornar para as sessões de fisioterapia. A
primeira vez que fiquei em pé foi muito estranho, só fiquei uns cinco minutos,
porque comecei a ficar com calor e estava me sentindo muito fraca, não aguentei
ficar muito tempo em pé. Minha mãe achou uma fisioterapeuta que atendia em
casa, eu fazia fisioterapia três vezes por semana. Com isso eu estava pegando
mais equilíbrio e não tremia muito. Estava ficando com mais força.
Com o tempo eu comecei a andar uma vez por dia pela
casa, era o que eu aguentava por enquanto.
É assim mesmo.
Tudo ao seu tempo!
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