2 de abril de 2013

ILIZAROV


Olá pessoal!

No quarto novo, recebi a visita de outro médico, Dr. Daniel.

Ele iria retirar os fixadores do fêmur e da tíbia, e colocar uns fixadores bem fininhos e leves para eu poder começar a andar melhor. Mas infelizmente esses fixadores são muito caros e o plano de saúde não quis comprar e enviou um mais barato. A gente esperou umas duas semanas mais ou menos e ele chegava com a mesma notícia:

Os fixadores não chegaram.

Parece que vinha de São Paulo - não me lembro bem -, enfim. Como eu já não estava mais aguentando ficar no hospital, eu disse a ele que poderia colocar o outro fixador mesmo, o Ilizarov. Ele disse que colocaria, mas disse também que ele é muito pesado e que seria ruim para eu andar. E por fim, já não aguentando mais aquele ambiente hospitalar, quase três meses internada, eu disse a ele:

Tudo bem, não tem problemas.

Então, fiz a minha sexta cirurgia.

Me lembro como se fosse hoje, foi no dia 01 de dezembro de 2009, à noite. Tudo ocorreu bem, graças a Deus.

Após a cirurgia eu estava me recuperando muito bem, em três dias Dr. Daniel me deu alta, mas eu só podia sair com a autorização do médico-chefe, então permaneci mais alguns dias no hospital. O que achei engraçado nesse fixador é que para levantar a minha perna só podia pegar pelos ferros, em qualquer parte e não doía nada, mas se pegasse pela minha perna, era uma dor infernal.



Fixador Ilizarov.

Devido a quase três meses no hospital e na mesma posição, meu pé ficou o tempo todo apoiado na cama. No meu caso, as enfermeiras e os médicos só se preocuparam com minha perna e se esqueceram de cuidar do pé. Fiquei muito tempo com ele apoiado na cama, sem nenhuma proteção e por conta disso ocasionou uma escara nele, ou seja, o sangue coalhou e meu calcanhar necrosou.

Na equipe do hospital ninguém queria se responsabilizar e eu já estava perto de receber alta, minha mãe não queria que eu fosse para casa com o pé daquele jeito, então ela falou com o médico-chefe e disse que se não resolvessem minha situação ela iria processar o hospital. Então mandaram um médico vim me ver e ele disse que se eu não operasse, iria perder meu pé.

Então minha sétima cirurgia foi marcada, durou no máximo trinta minutos. A recuperação seria um pouco mais lenta, porque teria que esperar crescer o pedaço do calcanhar que foi retirado, com a ajuda de uma pomada que puxaria a carne e formaria um calcanhar novo.

No dia 10 de dezembro de 2009, eu recebi a minha sonhada alta, mas antes de ir retiraram a sonda vesical e só fiquei com a cistostomia. Quando cheguei em casa foi muito bom, me senti livre - pelo menos por enquanto - de hospital, de médicos, enfermeiros... Foi muito bom.

Voltei pra casa com o fixador Ilizarov, a cistostomia, a colostomia, pé operado e sem sensibilidade. 




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