17 de abril de 2013

CIRURGIA DE COLOSTOMIA

abril 17, 2013 183 Comments

Olá pessoas!

Neste post, vamos deixar de lado minha perna um pouquinho e vamos conhecer uma outra parte da minha história.

Como eu já tinha contado no inicio da história, eu usava uma colostomia desde que aconteceu o acidente e depois de ter ficado com ela por mais de três anos, enfim, fiz a cirurgia de remoção.

Depois que eu fiz a cirurgia do joelho em 2011, eu e minha mãe decidimos que já era hora de retirar a colostomia. Como já não estava mais de cama o tempo todo e já estava pegando prática em andar com as muletas, então fomos conversar com o médico sobre uma possível retirada da colostomia. A consulta aconteceu em janeiro/2012.

Eu não gosto de relatar essa parte da história, porque foi um dos momentos mais sofridos que tive. Primeiro, que não gostei do médico. Foi super mal-educado no dia da minha consulta, ele estava lá brigando com as enfermeiras na recepção na frente dos pacientes, muito mal-humorado e outras coisas que eu não quero nem saber. Eu nem me lembro o nome dele de tanto que eu não gostei dele.

Primeiro vou explicar melhor para vocês o que é uma colostomia, assim vão entender os procedimentos que tive que fazer antes da cirurgia acontecer. Quando eu estava na UTI do hospital onde moro, o médico que colocou a colostomia veio me visitar, eu perguntei a ele porque ele havia colocado essa bolsa em mim, não tinha a mínima ideia do que ela significava e ele me explicou que foi por causa da lesão do quadril e porque tive que fazer cirurgia restauradora no ânus. Também perguntei se iria ficar com ela para sempre e ele disse que não, que era apenas temporário, até eu poder conseguir ir ao banheiro normalmente.

Com base em pesquisas no Google, colocarei aqui para vocês a definição de colostomia:

“Colostomia é a porção do intestino exteriorizada através da parede abdominal. A colostomia faz com que uma parte do intestino fique exposta no abdômen, como uma boca (*estoma). Essa abertura será o local por onde sairão às fezes que, por sua vez, serão armazenadas em uma bolsa coletora.” *Estoma: É uma cobertura feita cirurgicamente no abdome, por onde o conteúdo dos intestinos será expelido e coletado para uma bolsa externa.

                           
 
                                                                      
Fonte: https://ssl.adam.com/content.aspx?productId=125&pid=71&gid=100011&site=bestdoctors.adam.com&login=BEST4545


            Essa foto abaixo mostra a bolsa coletora. Agora imaginem usar isso colado na sua barriga o tempo. Só podia ser retirado para trocar por outra.


Fonte: http://docplayer.com.br/160194290-Procedimentos-complexos-de-enfermagem.html

Então, voltando ao médico mal-educado. Fiquei lá na recepção sentada imaginando se aquele médico que estava sendo grosso com as enfermeiras seria o médico que iria me atender, eu não sabia quem seria porque era minha primeira consulta. Quando foi a minha vez de ser atendida, ele já chegou todo afobado, me mandou deitar-se numa maca que ficava no consultório e pediu para ver minha colostomia. Depois foi fazer o exame de toque retal - que por sinal esse exame é horrível - e disse que eu tinha que fazer uma colonoscopia. Pronto, acabou a consulta, foi embora e deixou as pobres das enfermeiras marcando o exame para mim.

Me disseram o dia e o horário, e me passaram um remédio que limpa todo o intestino para poder a câmera captar melhor as imagens. Chegado o dia do exame, eu estava morrendo de medo. Me disseram que ele ia colocar uma câmera no estoma e no meu ânus. Estava me sentindo fraca, não tinha comido nada por conta do exame e tinha vomitado todo o remédio em casa. Quando chegou a minha vez, fui para a maca, as mesmas enfermeiras que marcaram o exame me colocaram um cateter para aplicar o remédio para dormir e disseram que eu não ia sentir nada, na mesma hora falei:

Graças a Deus!

Fiquei muito aliviada. Esperamos ainda uns vinte minutos para aquele médico chegar, quando ele chegou, injetaram o remédio e eu dormi. Só que eu acordei, não sei quanto tempo depois. Quando voltei a si, vi que o médico estava realizando o exame no estoma e doía uma pouco. Quando sentia alguma dor ficava apertando a mão da enfermeira. Depois ele tirou a câmera do estoma e foi para o meu reto, o exame de toque foi fichinha para o que eu senti nesse exame. Eu gritava na sala pedindo para ele parar e ele continuou fazendo o procedimento dizendo que já estava acabando e nunca acabava.

Eu não sei quanto tempo demorou, mas foram os mais eternos. Depois que finalmente acabou esse terrível exame, minha mãe entrou na sala e ele conversou com ela dizendo que estava tudo bem com o intestino e passou uma ultrassonografia retal, até disse o nome do hospital e a médica que fazia o exame. Ligamos para esse hospital e não aceitava o plano de saúde que eu tinha e o valor do exame era de R$ 300,00. Não queríamos pagar tendo plano de saúde, achamos que fazendo em outra clínica não teria problema.

Fui fazer o exame numa clínica na capital que aceitava o plano de saúde que eu tinha. Fiz a bendita ultrassom retal, não doeu muito, mas incomodou. Minha mãe pegou o resultado e depois marcou a consulta com o médico mal-educado. Eu não fui - quando era entrega de exames somente a minha mãe que ia -. Quando minha mãe chegou em casa me disse que ele fez um escândalo só porque o exame não foi feito no hospital que ele pediu e que ele disse que só iria aceitar fazer a cirurgia se o exame fosse desse hospital.

Minha mãe me disse que quando saiu da sala encontrou uma das enfermeiras e perguntou por que ele só queria o exame daquele hospital e ela disse que a médica era a esposa dele e toda vez ele fazia isso com os pacientes. Quando minha mãe disse tudo isso eu falei na mesma hora:

Não quero fazer a cirurgia com esse médico, eu não gostei dele, se ele fez isso comigo nos exames, imagina na cirurgia. Deus me livre!!!

Eu nunca mais vi esse médico depois que eu fiz a colonoscopia.

* * *

Como eu não quis fazer a cirurgia com esse médico, resolvi ficar mais um tempo com a colostomia e resolver o problema do joelho. Um dia quando estava na cozinha, eu senti uma coisa melada na minha calcinha e “corri” para o banheiro. Quando eu vi fiquei assustada, eram fezes. Imaginei que como estava com a colostomia, não podia defecar por baixo, tinha ouvido falar que quando isso acontecesse, o estoma estava entrando no abdômen. Comecei a ficar nervosa e preocupada.

Minha mãe marcou para outro médico que atendia nessa mesma clínica do Dr. mal-humorado, mas graças a Deus não era no mesmo dia, eu não queria nem olhar para cara dele. Quando foi minha vez de me consultar já estava um pouco apreensiva, pensando que esse seria igual ao o outro, mas não foi. Dr. Abílio é ótimo, adorei ele, disse que pelo tempo que eu estava com a colostomia já estava na hora de tirar e passou outra colonoscopia - já fiquei com medo -. Eu disse a ele o que aconteceu na colonoscopia anterior e ele me disse que eu não iria sentir nada, ia ser como se eu fosse fazer uma cirurgia, iria dormir.

Fiz todo o procedimento com os remédios que tive que fazer para a primeira colonoscopia e no dia do exame eu realmente dormi, não senti nada, nesse dia eu dormi até demais. Porque ele acabou o exame e eu continuei dormindo por uns 10 minutos - segundo minha mãe -. Ele disse a minha mãe que estava tudo certo com o intestino e que iria fazer minha cirurgia. Dr. Abilio passou os exames que sempre faço antes de fazer qualquer cirurgia, sangue e o cardíaco. Só com esses exames prontos e com tudo ok, ele marcaria a cirurgia com a liberação do plano de saúde.

Enfim, minha décima segunda cirurgia foi realizada no dia 05 de novembro de 2012. Me internei na manhã do mesmo dia e às 9hs fui para o bloco cirúrgico, mas antes tinha tomado um remedinho azul e a enfermeira que me deu perguntou se eu estava com sono e eu disse que não. Fiquei conversando um tempão com os enfermeiros do bloco cirúrgico enquanto eles estavam tentando encontrar alguma veia para aplicar o cateter. Depois que encontraram e furaram meu braço, fiquei sentada continuando conversando com eles e depois de alguns minutos resolvi deitar e fechar os olhos. Só me lembro de estar no quarto no outro dia após a cirurgia com a barriga enfaixada e com uma sonda vesical - sonda de xixi -, minha mãe disse que eu abri os olhos quando cheguei da cirurgia, mas eu não conseguia me lembrar de nada. Passei todo o dia dormindo e vomitando, horrível para falar a verdade, só fiquei um pouco acordada no final da tarde quando a enfermeira veio fazer o curativo.


Cirurgia de colostomia.

Como eu entrava na piscina mesmo com a colostomia, ficou um pouco bronzeada na parte que ficou a bolsa coletora. Não lembro quantos pontos tinham, mas tinha mais de 25. Depois do curativo feito, fui dormir de novo.

No outro dia, eu já estava melhor, mas não podia comer. Fiquei bebendo suco o dia todo, quando chegou a noite, eu não estava aguentando de fome, perturbei o enfermeiro dizendo que não ia dormir porque estava com muita fome, e ele conseguiu falar com Dr. Abílio que me deixou comer algo. Comi frango com inhame, não comi muito porque meu estomago começou a doer e por conta disso, acreditem, passei a noite toda acordada, não consegui dormir de jeito nenhum.

Três dias após a cirurgia, pela manhã Dr. Abílio foi me visitar e eu perguntei quando eu iria ter alta, ele disse que primeiro eu tinha que defecar para saber se o intestino estava funcionando, perguntei:

Como isso vai acontecer se eu só tomei suco o dia todo? ele disse que eu tinha que comer naquele dia, então eu disse que tinha comido inhame na noite anterior.

Ah! Então você já está boa, pode ir embora. disse e sorriu.

Sério?! perguntei animada.

Sim.

Antes de ir, ele disse para enfermeira retirar a sonda e o soro. Receitou um remédio para dores e disse que queria me ver em oito dias. Quando eu cheguei em casa era mais de meio-dia, almocei e fiquei com a mesma dor no estomago, depois eu comecei a defecar normal, graças a Deus não tive nenhuma complicação quanto a isso.

Por incrível que pareça essa foi a minha melhor cirurgia em termos de recuperação, apesar da experiência horrível com o primeiro médico que consultei. Eu conseguia sentar-se, andava devagar com as muletas e tomava banho normal.

Após os oito dias, voltei para o consultório do Dr. Abílio para ver como estava os pontos, alguns estavam sequinhos e outros mais ou menos. Ele disse que estava ótima a minha cicatrização e que só ia tirar a metade dos pontos. Aí aconteceu um problema: O enfermeiro que tirou os pontos não era mal-humorado, mas parecia que estava ali por obrigação, sabe? Fazia as coisas com má vontade, não gostei.

Minha mãe ficou dizendo a ele quais pontos estavam melhores para tirar e ele não ouviu – minha mãe é técnica de enfermagem -, só quis tirar o que ele queria, resultado, tirou pontos que não estavam cicatrizados e quando eu cheguei em casa, fui tomar banho, começou a sair sangue no lugar que ele retirou os pontos que não estavam cicatrizados, e com os dias, minha barriga foi se abrindo e pensei: “Eu não acredito que esse enfermeiro fez isso!”

Eu estava super furiosa com ele, depois de mais de oito dias podia tirar o resto dos pontos, eu não fui para clínica, não queria nem ver a cara daquele enfermeiro, quem tirou o resto dos pontos foi minha mãe e não tive nenhum problema. As partes que abriram na minha barriga só vieram fechar meses depois, tive que aplicar uma pomada que puxa a carne, para poder cicatrizar mais rápido, foi um sufoco, pensei que nunca iria cicatrizar.

Hoje só ficou a cicatriz, uma das marcas da minha vitória!


Dois anos após a cirurgia.

Atualmente.

7 de abril de 2013

EU NÃO ACREDITO QUE ISSO ESTÁ ACONTECENDO

abril 07, 2013 12 Comments
Olá pessoas!

Estava de repouso por causa da cirurgia do fêmur e não estava liberada para pisar ainda, mas depois de uns quarenta dias mais ou menos, fui ao médico e ele me disse que eu poderia voltar a andar aos poucos.

Na primeira tentativa para ficar em pé achei de cara muito estranho, porque estava sem o fixador e tinha a sensação de que minha perna estava mole.

Sentia muitas dores e não conseguia ficar muito tempo em pé, pois estava fraca ainda. Depois de uns dois meses, eu não usei mais o andador e comecei a usar as muletas. Tive que esperar mais alguns meses para fazer a minha próxima cirurgia que iria ser no joelho. Como passei cinco meses com o fixador, o resultado foi que o joelho se acostumou a ficar naquela posição e não dobrava.

Dessa vez minhas próximas consultas seriam na capital, pois onde eu moro, o único médico especializado em joelho, não quis aceitar meu caso. Na capital, encontramos um médico que é especialista em joelho e muito ocupado, chamado Dr. Luís Marcos. Para marcar uma consulta, parecia que eu estava marcando para falar com o presidente e o tempo que eu passava na consulta não eram nem vinte minutos.

Ele passou uns raios-X, aceitou operar meu joelho e disse que não era certo de a cirurgia ser 100%. Porque meu joelho ficou muito tempo ereto, eu disse que tudo bem e que não iria desistir agora, queria pelo menos tentar uma vez.

Depois de todos os exames prontos, foi marcada a minha décima cirurgia. Não tenho certeza do mês que foi, só me lembro que foi em 2011.

A cirurgia não foi muito longa, foi uma artroscopia no joelho, fiquei três dias internada no hospital e depois voltei para casa. Eu não sei por que nessa cirurgia que foi tão simples e que teve poucos pontos, meu joelho doía tanto que eu mal podia me mexer, então minha única opção, já que não conseguia mexer minha perna direito, foi ficar de cama novamente e só me mexer o necessário, porque não aguentava de dor.

Depois de uma semana, fui para a consulta e retirar os pontos. Dr. Luís Marcos me disse que não fez muita coisa porque viu que a placa que Dr. Luís Antônio colocou no meu fêmur foi até o joelho e isso impediu do meu joelho dobrar mais, na mesma hora eu pensei: Eu não acredito que isso está acontecendo.”

Ele perguntou quem operou meu fêmur e eu respondi que foi o médico da cidade que eu moro, mas que de início não iria ser ele, que quem devia ter me operado era Dr. Daniel, porque ele já estava me acompanhando por ter colocado o fixador Ilizarov e consequentemente iria operar meu fêmur depois. Por coincidência do destino, Dr. Luís Marcos conhece Dr. Daniel e são amigos. Então anotei o novo número de telefone e o endereço do consultório do Dr. Daniel para poder marcar uma nova consulta com ele.

Como veem no raio-X a placa realmente foi até o joelho.

                                               



Depois de umas semanas, conseguimos marcar uma consulta com Dr. Daniel, desde janeiro/2010 que eu não tinha mais o visto. Ele disse que eu estava muito bem e que tinha engordado, para muitas mulheres pode ser até uma ofensa, mas para mim foi uma felicidade, porque realmente eu fiquei muito magra no hospital e quando voltei para casa, consegui engordar um pouco. Ele olhou minha perna, passou raio-X da perna inteira e viu que a placa estava até no joelho.

Eu disse que Dr. Luís Marcos tinha operado meu joelho e que disse também onde era o consultório dele, então na mesma hora ele ligou para Dr. Luís Marcos e perguntou quais foram os procedimentos. Ele me disse que tinha que tirar um pedaço dessa placa, só assim meu joelho iria dobrar mais um pouco e que ele iria fazer a cirurgia junto com Dr. Luís Marcos. Eu achei ótimo.

Depois de todo esse processo de fazer exames e consultas, minha décima primeira cirurgia foi feita em 2012. Voltei para o mesmo hospital que tinha feito a cirurgia do joelho. Minha cirurgia estava marcada para a noite, fui para o bloco cirúrgico e lá começaram os procedimentos. Antes do médico chegar, tinham que encontrar uma veia para colocar o cateter.

E quem disse que estavam achando uma “boa”?

Começou a guerra entre a anestesista e os enfermeiros para conseguir uma. Quando eles achavam que encontraram uma, me furavam e minha veia estourava, fiquei com os braços - onde as veias estouravam - todo roxo, eu levei um monte de furada. Só então resolveram furar no meu pescoço, chamaram um médico e ele furou.

Depois de todo esse aperreio, Dr. Luís Marcos chegou dizendo que a cirurgia foi cancelada porque eu estava precisando de sangue, na mesma hora eu vi que era mentira porque eu tinha feito o exame de sangue e estava tudo bem. O problema foi que Dr. Daniel não tinha chegado para fazer a cirurgia junto com ele, então ele inventou essa desculpa. No outro dia Dr. Daniel foi no meu quarto e disse que minha cirurgia ia acontecer naquele mesmo dia, à noite. Quando fui de novo para o bloco cirúrgico dessa vez só estava Dr. Daniel, mesmo assim a cirurgia foi feita. Eu fiquei um pouco tensa, porque eu não recebi o remédio para dormir, fiquei acordada durante a cirurgia, que também foi rápida, mas pelo menos eu não senti nada.

Quando a cirurgia terminou, na mesma hora ele falou comigo, disse que retirou o pedacinho da placa e que tentou dobrar meu joelho ao máximo, mas que só conseguiu dobrar 10 graus. Porque se tentasse dobrar mais, meu fêmur poderia quebrar e ia ser um prejuízo pior para mim e para ele. Eu disse que tudo bem, mas fiquei triste, lógico, minha expectativa era de dobrar o joelho pelo menos 90 graus, para poder sentar normal. Voltei para o quarto para descansar e no outro dia a enfermeira veio fazer o curativo e tirar o dreno.

Somente no outro dia eu tive alta, colocaram uma tala de gesso para manter o joelho dobrado até onde dava e voltei para casa.

4 de abril de 2013

CIRURGIA DO FÊMUR

abril 04, 2013 4 Comments

Depois de recuperada da cirurgia, não sei, mais ou menos dois meses depois, fui conversar com Dr. Luís novamente. Ele me disse que pela demora da consolidação do fêmur a melhor opção seria colocar uma placa de titânio, porque o osso do fêmur é muito difícil de cicatrizar, e no meu caso, era necessário. Só assim eu poderia voltar a andar.

A tíbia estava consolidando bem, era só voltar a andar que ela ficaria calcificada logo. Na minha conversa com o médico, ele me propôs o seguinte: colocar a placa no fêmur, retirar cartilagem do meu quadril do lado direito e misturar com o enxerto sintético para não dar rejeição.

Eu aceitei, não tinha nada a perder. Eu queria andar.

Fiz os exames que sempre são exigidos e esperei a liberação do plano de saúde para poder fazer a cirurgia, só com isso é que o médico iria marcar o dia. Acho que esperei mais de dois meses, só não me lembro o mês exato em que aconteceu a cirurgia. Só me lembro que foi em 2011 que a nona aconteceu.


            Bom, esse "pequeno" corte foi necessário para colocar a placa no fêmur, teve mais de vinte pontos.



            Essa foto é o lado direito da minha bacia, onde foi retirada cartilagem para misturar com o enxerto sintético.



            Passei três dias no hospital, quando fui para casa minha perna estava inchada, como sempre. Esse curativo no pé era só pra proteger o calcanhar para não necrosar de novo.



            Após uma semana do dia da cirurgia, fui para uma nova consulta para retirar os pontos e tirar um raio X do fêmur pra ver como ficou a placa, se ficou alinhada. Minha reação foi de espanto, igual de quando eu vi o raio X da bacia, eu nunca iria imaginar que eu ia ter esses trecos no meu corpo. Apesar do tamanho, essa placa não incomoda quase nada, é muito difícil doer, mas quando dói é pra valer.

 De frente.                           De lado.

2 de abril de 2013

RETIRADA DO ILIZAROV

abril 02, 2013 0 Comments

Olá pessoal!

Depois de cinco meses de espera, em maio/2010 fiz a minha oitava cirurgia, a retirada do Ilizarov. Foi um dos dias mais felizes, nem acreditava que ia me livrar daquilo.



Antes da cirurgia.

            Depois da cirurgia, já queria ir pra casa. Já estava abusada. Nem foto eu quis tirar.

Depois da cirurgia.

No terceiro dia que estava no hospital, o médico foi me ver, ele me deu alta e disse que eu não poderia andar, porque as fraturas ainda não estavam consolidadas, então voltei a ficar de cama de novo.

Tive que ficar com uma tala, pegava a perna inteira, era fechada por velcros e só poderia ser aberto na hora que fosse tomar banho ou para fazer o curativo.



Essas cicatrizes foram causadas pelos fixadores que eu usei. Esse corte na coxa foi onde o osso saiu.

Oito dias após a cirurgia fui me consultar com Dr. Luís e ele pediu para eu fazer mais raios-X. Dessa vez apenas do fêmur e da tíbia, e as fraturas ainda não estavam consolidadas.


Raio-X do fêmur
"De frente."                       "De lado."


Raio-X da tíbia 
                                                                           "De frente."               "De lado."

NÃO VIA A HORA DESSE DIA CHEGAR

abril 02, 2013 0 Comments
Olá pessoal!

No outro mês - que era a minha nova consulta com Dr. Daniel -, não aconteceu.

Não estávamos mais conseguindo nos comunicar com ele, ele não atendia no número que a gente tinha. Como não sabíamos onde era o novo consultório e o número novo, resolvemos ir para o primeiro médico que me atendeu, um dos que me operou no dia do acidente, Dr. Luís Antônio.

Ele ficou impressionado com a minha evolução e de como eu estava bem. Mas meu interesse mesmo era de quando eu iria tirar o fixador da perna. Antes de mais nada ele queria tirar novos raios-X para saber da evolução do osso e depois iria conversar melhor sobre a cirurgia.

O doutor perguntou também como estava o meu quadril e eu disse que estava tudo bem, mas sentia dores quando ficava muito tempo sentada, então ele pediu para eu fazer raios-X do quadril, fêmur e tíbia.

Quando fiz a cirurgia no quadril eu não vi como estava por dentro, o médico só me disse que estava tudo bem e que eu poderia começar a sentar aos poucos. Depois de tirados os raios-X, voltei para o consultório do Dr. Luís para mostrá-los e quando vi o raio-X do quadril fiquei impressionada, eu disse:

Nossa! Agora sei por que minha bunda dói tanto.



O fêmur e a tíbia estavam do mesmo jeito ainda, não estavam consolidados, infelizmente. Então sem chance de fazer cirurgia. Voltei para casa e só teria consulta no próximo mês. Continuei fazendo a fisioterapia ansiosa para chegar logo o dia da minha cirurgia.

Não via a hora desse dia chegar.

TUDO AO SEU TEMPO

abril 02, 2013 0 Comments
Olá pessoas! Tudo bem?

Em casa eu estava muito bem, ficava perto da minha família e recebia muitas visitas.

As únicas coisas ruins eram: continuar na cama, ficar na mesma posição e sentir dores horríveis da ponta do pé até o fêmur por causa do Ilizarov.

Nossa... eram horríveis essas dores, ocorriam mais a noite e eu chorava bastante.

Como vocês sabem, eu havia relatado que voltei para casa com uma cistostomia (a sonda que vai direto para a bexiga), antes de sair do hospital o médico trocou a mangueirinha, porque é necessário para não causar infecção. Então, essa cistostomia me deu um probleminha. Começou a aparecer umas coisinhas brancas na mangueira que estava interrompendo a saída da urina. Isso aconteceu em dezembro, dias depois de eu ter saído do hospital. Eu conseguia urinar normal, mas fora da mangueira, e estava acontecendo o pior que poderia acontecer comigo na situação que eu estava: Febre.

Minha mãe resolveu me levar para o hospital da cidade que eu moro - o mesmo que me levaram quando sofri o acidente -, para retirar a cistostomia de vez. Fui para o hospital, a enfermeira tentou retirar e não conseguiu, estava presa e doía para caramba. Depois de passar mais ou menos uma hora tentando tirar a sonda, a enfermeira disse que só poderia tirar no bloco cirúrgico, eu pensei: “De novo não, não quero ficar internada, mal tinha saído do hospital.”

Entrei em desespero, não queria ficar internada de novo.

Fizeram um ultrassom para ver por que a sonda não saía e estava tudo normal. Resolveram me internar, passei o dia todo na emergência do hospital, deitada numa maca, esperando arrumarem um quarto e só fui enviada para o quarto a noite. Horrível essa espera, parecia até que eu estava num hospital público. Quando já estava no quarto, me colocaram um cateter na veia para receber soro e antibióticos para não ter infecção por conta da sonda. Se eu tivesse ficado mais tempo com ela eu teria tido, mas graças a Deus não tive, somente febre.

No outro dia a tarde, um médico foi ao meu quarto e disse que estava lá para retirar a sonda, então eu perguntei se ia tirar no bloco cirúrgico e ele disse que não, que iria tirar naquela mesma hora. Pronto! Desespero parte dois. Só de pensar na dor que senti no dia anterior para tentar removê-la já comecei a chorar, mas por incrível que pareça só doeu um pouquinho. Ele colocou uma pinça e com uma tesoura puxou rapidinho e disse que eu podia ir para casa. Glória! Mas só fui à noite porque tinha que acabar de receber os antibióticos.

Depois desse sufoco todo, o médico chegar e tirar à sonda rapidinho, eu pensei: “Eu não acredito que fiquei internada.”

* * *

Em Janeiro/2010 voltei para a capital para a minha primeira consulta com Dr. Daniel, depois que já estava em casa. Ele queria ver como estavam as fraturas e eu reclamei das dores. Ele passou um remédio mais forte e pediu para eu ir tirar raios-X. Na entrega dos raios-X ele me disse que eu iria ficar com os fixadores por um tempo ainda porque as fraturas não estavam consolidadas.


Raio-X do fêmur.

Raio-X da tíbia.

Então, ele disse que eu tinha que andar para as fraturas consolidarem e tive que retornar para as sessões de fisioterapia. A primeira vez que fiquei em pé foi muito estranho, só fiquei uns cinco minutos, porque comecei a ficar com calor e estava me sentindo muito fraca, não aguentei ficar muito tempo em pé. Minha mãe achou uma fisioterapeuta que atendia em casa, eu fazia fisioterapia três vezes por semana. Com isso eu estava pegando mais equilíbrio e não tremia muito. Estava ficando com mais força.




Fazendo fisioterapia.

Com o tempo eu comecei a andar uma vez por dia pela casa, era o que eu aguentava por enquanto.

É assim mesmo.

Tudo ao seu tempo!





ILIZAROV

abril 02, 2013 0 Comments

Olá pessoal!

No quarto novo, recebi a visita de outro médico, Dr. Daniel.

Ele iria retirar os fixadores do fêmur e da tíbia, e colocar uns fixadores bem fininhos e leves para eu poder começar a andar melhor. Mas infelizmente esses fixadores são muito caros e o plano de saúde não quis comprar e enviou um mais barato. A gente esperou umas duas semanas mais ou menos e ele chegava com a mesma notícia:

Os fixadores não chegaram.

Parece que vinha de São Paulo - não me lembro bem -, enfim. Como eu já não estava mais aguentando ficar no hospital, eu disse a ele que poderia colocar o outro fixador mesmo, o Ilizarov. Ele disse que colocaria, mas disse também que ele é muito pesado e que seria ruim para eu andar. E por fim, já não aguentando mais aquele ambiente hospitalar, quase três meses internada, eu disse a ele:

Tudo bem, não tem problemas.

Então, fiz a minha sexta cirurgia.

Me lembro como se fosse hoje, foi no dia 01 de dezembro de 2009, à noite. Tudo ocorreu bem, graças a Deus.

Após a cirurgia eu estava me recuperando muito bem, em três dias Dr. Daniel me deu alta, mas eu só podia sair com a autorização do médico-chefe, então permaneci mais alguns dias no hospital. O que achei engraçado nesse fixador é que para levantar a minha perna só podia pegar pelos ferros, em qualquer parte e não doía nada, mas se pegasse pela minha perna, era uma dor infernal.



Fixador Ilizarov.

Devido a quase três meses no hospital e na mesma posição, meu pé ficou o tempo todo apoiado na cama. No meu caso, as enfermeiras e os médicos só se preocuparam com minha perna e se esqueceram de cuidar do pé. Fiquei muito tempo com ele apoiado na cama, sem nenhuma proteção e por conta disso ocasionou uma escara nele, ou seja, o sangue coalhou e meu calcanhar necrosou.

Na equipe do hospital ninguém queria se responsabilizar e eu já estava perto de receber alta, minha mãe não queria que eu fosse para casa com o pé daquele jeito, então ela falou com o médico-chefe e disse que se não resolvessem minha situação ela iria processar o hospital. Então mandaram um médico vim me ver e ele disse que se eu não operasse, iria perder meu pé.

Então minha sétima cirurgia foi marcada, durou no máximo trinta minutos. A recuperação seria um pouco mais lenta, porque teria que esperar crescer o pedaço do calcanhar que foi retirado, com a ajuda de uma pomada que puxaria a carne e formaria um calcanhar novo.

No dia 10 de dezembro de 2009, eu recebi a minha sonhada alta, mas antes de ir retiraram a sonda vesical e só fiquei com a cistostomia. Quando cheguei em casa foi muito bom, me senti livre - pelo menos por enquanto - de hospital, de médicos, enfermeiros... Foi muito bom.

Voltei pra casa com o fixador Ilizarov, a cistostomia, a colostomia, pé operado e sem sensibilidade. 




1 de abril de 2013

ERA BOM APESAR DE TUDO

abril 01, 2013 0 Comments

Olá pessoal!


Já não estava mais aguentando médicos e enfermeiros vindo me examinar, porém era necessário.

Porque para eu poder melhorar eu tinha que fazer mais cirurgias, então teria que ter paciência. Comecei a fazer os exames, o primeiro foi uma ressonância do quadril. Com o resultado ele me disse que ia retirar o fixador do quadril e o do fêmur, e se a fratura não estivesse consolidada eu iria continuar com os fixadores do fêmur. Como eu perdi muito sangue, para fazer as cirurgias iniciais tive que receber transfusão.

Umas semanas depois fiz a minha terceira cirurgia, o médico retirou o fixador do quadril e colocou duas placas de titânio. No fêmur ele realmente tirou os fixadores, mas o fêmur ainda não estava consolidado, então ele teve que recolocar novos fixadores. No outro dia após a cirurgia, o médico foi me visitar e disse que eu já poderia subir um pouquinho a cama para ir me acostumando a sentar novamente.

Foi uma sensação tão boa quando ele disse isso, senti como se já estivesse progredindo na minha recuperação. Mas como eu fiquei muito tempo deitada eu não aguentei ficar sentada, minhas costas e minha bunda doíam muito, então deitei novamente.

Dias depois recebi a visita de outro médico, ele veio retirar a sonda que eu tinha no pulmão, imediatamente me lembrei da dor que foi para colocá-la e perguntei se doía para retirar. Ele me disse que não doía, realmente não doeu, graças a Deus, foi tudo muito rápido. Depois fiz uma nova cirurgia, a quarta, tinha que trocar os fixadores do fêmur e da tíbia ou retirar de vez, não foi como eu queria, eu queria retirar aqueles fixadores e infelizmente isso não aconteceu.

Antes de realizá-la tive que fazer outra transfusão de sangue, não recebi nem uma bolsa de sangue completa porque fiquei febril e tiveram que interromper a transfusão, porém, mesmo assim, foi feita a cirurgia. Mais dias se passaram e recebi a visita de outro médico, dessa vez foi para trocar a cistostomia - a sonda que vai direto na bexiga - e a bolsa coletora da sonda vesical. O procedimento da cistostomia era o seguinte: Retirar a mangueira e colocar uma nova.

Era somente isso, pena que um procedimento tão simples, resultou em uma nova cirurgia. Quando tive o acidente, tive lesões na bexiga e ela ficou muito inchada e fora do lugar, mas com o tempo ela foi voltando e esse médico achou que sabia de tudo, não ouviu a minha mãe, minha mãe disse a ele toda a história e perguntou se era melhor fazer um ultrassom antes de tirar a cistostomia. Ele disse que não, que era só retirar e colocar outra no mesmo lugar. Aceitamos para não discutimos, afinal, ele era o médico. O procedimento aconteceu do jeito que falou.

No outro dia eu estava me sentindo um pouco mal, não comia direito e o que eu comia ou bebia vomitava na mesma hora. Os dias foram passando e eu estava piorando. Sentia fortes dores no abdômen. Foi quando viram que eu estava piorando e me levaram para fazer um ultrassom. O médico que fez o exame disse que eu estava com líquido no abdômen. Na mesma hora pensei:

É xixi! E agora?

Eu não quis entrar em desespero. Fiquei assustada, lógico, mas o médico-chefe me disse que ia ficar tudo bem e que eu ia fazer uma cirurgia de emergência naquela mesma noite. Esperei algumas horas para prepararem a sala e então fui fazer a minha quinta cirurgia.

Ocorreu tudo bem. Fui melhorando aos poucos e não sentia mais dores no abdômen. Como disse anteriormente, o quarto em que eu estava era todo fechado, não tinha janela, só sabia quando era dia ou noite por causa das horas e eu reclamava. Era muito ruim. Em um dia, um quarto ficou vago, no mesmo corredor que o meu, só que tinha varanda, então vieram me perguntar se eu queria me transferir para lá, eu nem demorei para responder, aceitei de imediato. No quarto novo, eu comecei a ter mais disposição, acordava cedo, só dormia de uma vez, à noite - no outro quarto eu só queria dormir o tempo todo - e comecei a fazer melhor a fisioterapia.

Era bom apesar de tudo.